terça-feira, 25 de junho de 2013

Perspectivas Integradoras na Educação de Adultos


Rita Barros defende um modelo dialógico social, modelo holístico e integrador, como «(...) uma aprendizagem de competências que promovam uma ação criativa e reflexiva na vida quotidiana e estrutural da sociedade.» 
 Modelo este, que preconiza a aprendizagem numa perpetiva global e integrada valorizando, as experiências anteriores, a consciência crítica, a participação social. Aposta numa dimensão social da aprendizagem no sentido de desenvolver as potencialidades de cada indivíduo e potenciar a sua intervenção na sociedade que o enquadra. Defende, assim uma fusão dos princípios humanistas com o modelo emancipatório: «(...) a compreensão da realidade depende do conhecimento e da possibilidade de ação sobre a mesma, que permite direcionar a educação de Adultos no sentido da mudança e da transformação social.», cujos pressupostos de base articulam educação e  desenvolvimento assentando nos conceitos de autonomia, reflexividade e valorização das experiências de vida.
Tal como Requejo Osório, defende a existência de oferta educativa em função da procura e não a sua retenção no espaço escolar e académico; o privilégio das estruturas de pensamento e ação em detrimento dos resultados; a criação de públicos participativos e atores sociais e não de meros recipientes do saber.

Daí a importância das conceções integradoras da aprendizagem de adultos, que sendo globalizadoras, contemplam as múltiplas facetas deste modelo, destacando-se o modelo teórico de Yang, com caraterísticas holísticas e uma perspetiva integrativa. Nela a aprendizagem de adultos é um constructo pessoal com três componentes distintas que se associam, englobando vários tipos de conhecimento que interagem de forma dinâmica, segundo vários modos de aprendizagem. São eles:
-o conhecimento explícito, ou seja a componente cognitiva e de compreensão da realidade, de conhecimento formal, sistematizado e estruturado, técnico;
-o conhecimento implícito, ou a componente comportamental, com o conhecimento pessoal e contextual, de caráter prático;
-o conhecimento emancipatório, ou a componente afetiva e motivacional interna que define objetivos e orienta a ação, ou seja o conhecimento crítico.





Este modelo contempla a necessária dimensão social, na interação com o grupo social; a auto-organização do conhecimento; os desafios decorrentes das mudanças e características da nossa sociedade; a importância da reflexão e compreensão; da aprendizagem colaborativa e da solidariedade, direcionando o Ensino de Adultos no sentido da criatividade, flexibilidade, atitude crítica e exercício da cidadania, permitindo o seu ajustamento a uma sociedade complexa e uma possível prossecução de justiça e solidariedade.
Eu.



Rita Barros, Educação de Adultos: Conceitos, Processos e Marcos  Históricos- Da Globalização ao Contexto Português, Lisboa, Instituto Piaget, 2013




Sem comentários:

Enviar um comentário