Os processos RVCC e EFA, alvo de grande polémica, não foram isentos de questões variadas, fragilidades, dificuldades, perplexidades (especialmente em relação ao «furores» estatístico) e o seu sucesso pode ter sido questionável. Os referenciais dos segundos, de formação de base, eram vagos e latos; o pressuposto do primeiro, a certificação das competências adquiridas ao longo da vida por via de experiências não formais de aprendizagem, embora permitisse uma valorização/revalorização formal destas, um aumento da autoestima dos indivíduos e da elaboração de novos projectos , também sofria de falhas, por vezes não suficientemente colmatada pela formação complementar. De facto, muitos adultos detinham notáveis experiências técnicoprofissionais, mas não as mais elementares competências no domínio da língua mãe, por exemplo. E, com efeito, dificilmente se aplica aos muito jovens. Como diz a colega Isabel Paiva, segundo a entrevista por ela disponibilizada, seriam um ótimo meio de diagnóstico do que se sabe, mas também do que falta saber.
Penso que o seu grande mérito foi o de valorizar percursos de vida dos candidatos e fazer uma reaproximação com a aprendizagem, segundo uma fórmula inovadora. Um «processo de chegada» para «novas partidas» como afirma a colega Fernanda Mexia. Mas estas novas partidas talvez não se devessem orientar para um regresso à educação formal, nalguns casos (onde poderão enfermar de desvantagens, precisamente por o seu saber se situar num diferente paradigma), mas continuar com a formação complementar, nos conteúdos que não se dominam suficientemente bem.
De qualquer forma continuo a considerar que estes processos foram passos no sentido de fazer sentir a muitos candidatos a premência do «aprender a aprender», ou seja a predisposição para a aprendizagem e, talvez, do seu prazer.
Eu.
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