terça-feira, 25 de junho de 2013

O Efeito S. Mateus

Ainda em relação ao interessante conceito do «Efeito S. Mateus» (segundo o conceito do sociólogo americano Robert Merton segundo o versículo “porque a todo aquele que tem, será dado e dado em abundância; ao passo que ao que não tem, ainda o que tem lhe será tirado” Mt., XXV, 29),   penso que corresponde a uma grande parte da realidade da Aprendizagem ao Longo da Vida: quem mais aprende, mais quer aprender e mais e melhores meios de aprendizagem procura, quer no meio formal ou informal e a título voluntário. São estas pessoas que ingressam em atividades culturais de ambos os tipos, tuteladas por instituições ou criadas pela sociedade civil e comunidade. Estas pessoas têm facilidade em reconfigurar trajetos e percursos, enveredando por novas vias que conferem um novo significado e valência às suas vidas. São estas o público para formatos de divulgação de saber variados, que vão desde uma comunidade de leitores a uma conferência ou seminário.

A formação propriamente dita, de teor técnico, ou com um teor de equiparação à escolarização,tutelada por organismos públicos ou parcerias, dirige-se, no nosso país, a segmentos da população específicos: os que detêm menor nível de escolaridade e os desempregados, este últimos «compelidos/motivados» externamente. É evidente que é necessário captá-los e motivá-los, podendo esta ser uma forma de veicular o gosto pelo aprender.Contudo, pecará pela sua tónica profissionalizante e teor economicista, dirigido a um hipotético mercado de trabalho e aquisição de competências profissionais. Visão que terá a sua utilidade, mas restringe os contextos de atuação e direciona a educação de Adultos.
Eu.




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