quarta-feira, 5 de junho de 2013
Conclusões...Não Definitivas
Parece-me que o paradigma da Educação de Adultos, englobado, no teoricamente mais abrangente ALV, continua dividido entre duas aceções: a de pendor humanista, que advoga a educação/aprendizagem como um processo de enriquecimento pessoal, fundamental para a prática de uma cidadania consciente, mobilizando as capacidades interventivas do cidadão e do indivíduo a nível social e pessoal e logo, potenciando o exercício da liberdade em democracia. São práticas que estimulam a experiência e a reflexão sobre si e o mundo; potenciam a mudança social; têm o seu enfoque nos valores humanos e como tal devem ter um carácter eclético, onde cabem os valores éticos, estéticos, culturais, os que não se traduzem imediatamente em cifrões. Por esta via, há lugar a inflexões nos trajetos individuais, do cumprimento de sonhos há muito adiados, aquisição de novas perspetivas e do bem- estar individual, somado por muitos, bem -estar coletivo.
A outra aceção tem um carácter economicista em estreita conexão com pretensas necessidades do mercado de trabalho e situação económica.A sua vertente é mais pragmática, mas também pontual.
Assim a grande questão presente é: em que vertente se situará a filosofia que preside a Educação de Adultos, particularmente no nosso país, num momento de graves dificuldades económicas? Haverá lugar para uma conceção abrangente de desenvolvimento humano e práticas de cidadania democráticas? O que se fará pelos adultos que já terminaram o seu ciclo de trabalho, mas continuam com «sede» de aprender? Como se conjugarão os conceitos de educação não formal com o percurso formal, que ainda impera? O que fazer quanto à reconversão profissional/ocupação de desempregados? Haverá uma nova recentração destes centros recém-criados na educação de jovens face ao insucesso dos currículos formais e à necessidade de reforço do ensino profissionalizante?
Importante sem dúvida, o êxito deste último pode ser igualmente questionado: levantam-se continuamente questões sobre a desconexão entre estas políticas e as necessidades do mercado de trabalho (mas será que este ainda existe?) e do tecido empresarial, que no nosso país aproveitaria largamente de um pouco de formação para o desenvolvimento pessoal, continuando com o discurso da falta de vontade de trabalhar da população, mas oferecendo magríssimo retorno, como estratégia económica, como refere a colega Ana António, isto quando existem empresas de dimensão considerável e não as microempresas que dominam no nosso país.
Eu.
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