Como exemplo de um projecto no âmbito de educação de adultos foi-nos proposto um exemplo que se centra na importância da animação educativa no
desenvolvimento pessoal e social de futuros formadores/educadores, com vista a
propiciar um desenvolvimento integral do indivíduo e seu futuro sucesso nas
práticas pedagógicas. Com efeito a sua autora sublinha a importância da
valorização do ser humano, na sua componente individual e social, para um
eficaz exercício pedagógico/formativo.
Também aqui se
reflete o posicionamento da visão do
formador/educador, não apenas como mero transmissor de conteúdos, mas como um
agente «facilitador» da aprendizagem e do gosto por ela, tomando o indivíduo
num sentido holístico e valorizando aspectos do foro afectivo e não meramente
cognitivo, que permitirão o «desabrochar» dos aprendentes igualmente nessas
componentes que integram o seu todo.
No fundo como
refere Paulo Freire citado pela autora,« (...) só existe saber na invenção, na
reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no
mundo, com o mundo e com os outros (...)»
(Cunha, 2008, p. 166). Essa inquietação positiva que conduz à
interrogação, à questionação, à procura do saber, de novos posicionamentos face
à realidade é o objectivo que se pretende num conceito educativo não meramente
passivo, mas atuante em relação ao mundo. E este deve ser o «norte» que orienta
o formador/educador.
Desta forma o
que se pretende, em última análise, é o desenvolvimento do indivíduo na sua
plenitude e sua inserção activa na comunidade. Daí a importância da estimulação
de competências sociais e de trabalho numa comunidade, ao mesmo tempo que se
criam condições para uma estruturação em pleno do indivíduo, enfatizando a capacidade de refletir, criar e
valorizar o percurso social.
Para além da
componente humanista, deste pressuposto, importa salientar o fluir incessante
da nossa época que coloca aos agentes de aprendizagem constantes e novos
desafios e incertezas. Daí a opção pela vertente de animação social,
consubstanciada na Oficina de Expressão Dramática como meio de formação com
vista ao desenvolvimento do trabalho pessoal e coletivo, num espaço de colaboração
comum, crítica e dinâmica, criativa e promotora da ação.
Os passos dados
na execução deste processo iniciaram-se por um estudo diagnóstico da
pertinência desta ação e pelas expectativas dos participantes, o que permitiu
delinear um plano de ação e aferir a validade dos pressupostos iniciais, ajustá-los
às necessidades dos participantes e definir uma estratégia metodológica
«aberta» de investigação/ação, qualitativa e em constante processo de
reajustamento.
A partir daí foi
criada uma planificação da ação, tendo por base uma perspectiva dinâmica, tanto
na consideração dos objectivos, como na organização das actividades e na
adopção dos meios de avaliação e na sua calendarização. A sua implementação
norteou-se pela constante revisão do processo e participação de todos os
elementos, permitindo um constante reajustamento de meios, acções e objectivos.
A avaliação
final da formação foi igualmente trabalhada no sentido de uma revisão e
melhoria do processo e conhecimento do seu alcance e eficácia.
Eu.
Eu.
Maria José dos Santos Cunha, « A Animação Educativa no Desenvolvimento Pessoal e Social de Futuros Formadores: uma abordagem centrada na prática teatral», in Revista Portuguesa de Educação, 2008, 21(2), Univ Minho, pp. 161/185
Sem comentários:
Enviar um comentário