sábado, 20 de julho de 2013

Das Dificuldades em ser Reflexivo



Tendo em mente a minha experiência como formadora de cursos EFA e RVCC, no torvelinho do processo e pressionada pelas condições e exigências externas e estatísticas nem sempre é fácil ser «reflexivo». E isto remete-me para as considerações que Armando Loureiro faz sobre as condições de implementação destes processos e suas falhas. Da minha experiência posso sublinhar a lógica imperativa do subsídio e dos «formandos profissionais», o facilitismo, a dificuldade de captar a atenção dos formandos para os módulos de formação de base e as dificuldades de implementação da parte profissional, o fraco desempenho e desinteresse de alguns(muitos ) formandos (que não teriam o perfil desejável para a ação), cientes que o final do processo sempre lhes seria favorável. Captá-los exigia uma dose gigante de empatia, compreensão e tolerância.No entanto no final, verificou-se em grande número de casos, um crescimento, não tanto a nível do domínio dos conteúdos, mas das práticas de sociabilidade, crescimento pessoal, trabalho de grupo e autoestima.
Acho que muitos saíram deste processo um pouco mais conscientes de si,mais «completos», mas interrogo-me acerca das consequências futuras que terá tido ou não para muitos dos que os frequentaram.
Eu.




«No contexto dos cursos EFA, mas sobretudo dos processos RVCC, verifica-se que que as expectativas em relação a uma maior acessibilidade ao mercado de trabalho ou a mais valias remuneratórias não são cumpridas. É evidente que o aumento das taxas de desemprego contribuem para o defraudar destas expectativas e, este facto, tem limitado a mobilização dos indivíduos para a aprendizagem (Cordeiro, 2007). Gostaria, no entanto, de salientar a perspectiva dos ex-formandos em relação à aprendizagem. A este propósito, vários autores portugueses (e.g.Meireles & Xavier, 2010; Rico & Libório, 2009) têm vindo a apontar o reconhecimento dos benefícios pessoais por parte dos adultos, designadamente em termos de auto-estima e de mudança para atitudes mais favoráveis face à formação, face à aprendizagem e face à vida. O livro publicado em 2012 pelo Doutor Licínio Lima e pela Doutora Paula Guimarães, intitulado "Percurso Educativos e Vida Dos Adultos" é exemplar nesta demonstração.»
 link: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/21703/1/Percursos%20Educativos%20e%20Vidas%20dos%20Adultos.pdf

Outra bibliografia:


- Cordeiro, L. (2007). Da pertinência de um sistema que valorize e promova a aprendizagem ao longo da vida. InAprendizagem ao Longo da Vida no Debate Nacional sobre Educação. Lisboa: Conselho Nacional de Educação.

- Meireles, S. & Xavier, M. R. (2010). Educação e Formação de Adultos: Resiliência, Desenvolvimento Pessoal e Vocacional. Actas do VII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia, Universidade do Minho, 4-6 de Fevereiro de 2010, 3819-3833.

- Rico, H. & Libório, T. (2009). Impacto do Centro de RVCC da Fundação Alentejo na Qualificação dos Alentejanos. Lisboa: Fundação Alentejo.

por Rita Barros, 12 de Julho

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